30 de março de 2023

Aparição: O Oblívio - 20 anos


     Uma das primeiras coisas que você aprende jogando Aparição: O Oblívio, é que ele não é um jogo sobre a morte, mas sim sobre a Vida.
     Pode parecer um tanto quanto contraditório, afinal Aparição é um jogo onde os personagens são fantasmas, os chamados Mortos Inquietos (Restless Dead). Mas o que são as aparições se não pessoas que não querem se desprender do mundo dos vivos?
     Basicamente, é esse tipo de personagem que você interpreta em Aparição. Uma pessoa que faleceu pelos mais diversos, bizarros ou mundanos motivos. Aparições são pessoas que tinham assuntos inacabados em vida, seja se apegando demais a ela ou mesmo se lamentando por não terem vivido o bastante, e agora se veem em um “lugar” chamado de Mundo Inferior (Underworld), onde há reflexo de diversos aspectos do mundo dos vivos (chamados de Terras da Pele, ou Skinlands no original).
     Apenas pessoas com essa vontade de viver se tornam aparições. Outras que por ventura não tinham tanta força de vontade ou conexão com a vida se tornam Zangões (Drones), aparições que repetem atos, reencenando momentos de destaque de suas vidas, ecos do que eram antes. Aquelas pessoas que sucumbem a sentimentos mais prejudiciais a si mesmos, na maior parte emoções negativas e ressentimentos, se tornam Espectros (Spectres), servos do Oblívio que querem que a “dor” da existência termine... para eles e para todo o restante.
     Em Aparição, ao morrer uma pessoa que ainda tenha negócios inacabados surge no Mundo Inferior em um tipo de “saco amniótico”, chamado de Coifa (Caul). É dentro dessa “bolsa” que a aparição renasce, agora não mais um ser de carne e osso, mas composto por plasma (ou ectoplasma como muitos normalmente conhecem de obras literárias e relatos sobre fantasmas).
     Para sair da Coifa, uma aparição necessita normalmente de ajuda, e outra aparição deve libertá-la. Essa outra aparição normalmente é conhecida então como um Ceifador (Reaper). Os Ceifadores podem ser desde o melhor companheiro que uma aparição pode encontrar até seu pior inimigo. Isso porque, infelizmente para a “nascente” aparição, o Mundo Inferior não é um lugar agradável.
     Ceifadores podem tanto servir como dedicados mentores para as novas aparições - chamadas de Infantes (Infants) – ou podem querer abusar delas das mais terríveis maneiras, seja escravizando-as ou mesmo vendendo-as às Forjas de Almas (Soulforges), lugares onde as almas dos fantasmas descartados são “derretidas” e retrabalhadas para assumir a forma de objetos fantasmagóricos mais “úteis” à sociedade dos mortos.
     Assim, logo os primeiros momentos da nova existência de uma aparição são uma provação. Aqueles que têm sorte em encontrar um Ceifador indiferente ou bondoso tem uma chance de conhecer sua nova existência.
     Mesmo contando com uma série de habilidades, como Invisibilidade para os vivos, Insubstancialidade (uma aparição pode atravessar objetos e construções do mundo dos vivos com pouco esforço), sentidos aguçados (um fantasma é capaz de expandir seus sentidos a níveis além do normal), Visão da Vida (capacidade de ler “auras” e emoções), Visão da Morte (habilidade de enxergar fraquezas e vitalidade de outros seres, mesmo tendo que ver o mundo dos vivos como algo decadente) e Arcanoi (poderes especiais que as Aparições possuem, desde capacidade de se manifestar até de induzir emoções em outros seres), as aparições tem que lidar com diversos desafios: a complexidade do Mundo Inferior, a rígida sociedade dos mortos e com o próprio Oblívio...

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