22 de abril de 2016

Culto do Dragão


 Não mais os membros de uma das organizações clandestinas mais infames em todos os Reinos poderão contemplar confortavelmente em suas sombras. Não mais estes homens, mulheres, dragões, dracoliches e… outros… planejarão subjugar tudo aquilo que é bom e verdadeiro enquanto o restante de Faerun aguarda inadvertidamente. Durante séculos uma maligna sociedade secreta, fundada pelo impetuoso mago e Escolhido de Mystra, Sammaster, funciona ocultamente… bem, agora não mais!


Este suplemento de 192 páginas cobre os segredos de Sammaster e a sociedade secreta que ele criou há mais de 400 anos atrás. Aqui está escrita a história da vida de Sammaster, de seus triunfos até sua definitiva queda da graça, junto com a história do Culto do Dragão, começando com sua fundação baseada numa linha obscura em um tomo de uma antiga profecia. Aprenda sobre as mais poderosas células atuais do Culto, seus líderes, os dragões e dracoliches que trabalham com eles (ou para eles) e suas metas. Descubra os muitos inimigos que o Culto ganhou em mais de quatro séculos de deslealdade e astutos acordos malévolos. Também inclui os detalhes de algumas das magias e itens mágicos do Culto e seus dragões e dracoliches, inclusive o item que nenhum membro do Culto admitirá sua existência, muito menos o reivindicará para si.

Leia sobre as muitas variantes mágicas e criaturas híbridas que o Culto usa para exercer sua vontade sobre a face de Faerûn. E finalmente, decida a melhor maneira de incorporar o Culto em uma campanha para os REINOS ESQUECIDOS ®, folheando os numerosos ganchos de aventuras para tentar aterrorizar os jogadores de qualquer estilo de jogo.

Download do livro por aqui.

16 de abril de 2016

Conto do Clã Escorpião: O Preço da Ambição

Este conto passa-se nos momentos anteriores ao Golpe de Estado do Escorpião.


A escuridão sussurrou à noite e uma tempestade trovejou sobre as montanhas ao norte, ameaçando jorrar através das planícies e cobrir a todos. No palácio Bayushi, os corredores estavam imóveis e silenciosos e a brisa fresca que precedeu a chuva moveu-se por passagens vazias e telas shoji abertas, ignoradas pela noite. Nenhum movimento mais agitava os corredores do poderoso palácio, nenhum cortesão encontrava-se posicionado atrás das portas fechadas. Os guardas que estavam a vigiar seus quartos tinham saído com eles, preparando-se para o futuro que seu daimyo havia ordenado.
A escuridão na sala do trono era quase palpável, dissecando o som do movimento e cobrindo tudo com uma espessa camada de antecipação. Um homem repousava sobre um trono de obsidiana na parte superior do estrado, a sua máscara pálida capturava os poucos fios de luz que lutavam por abrir caminho através das nuvens. Suas mãos estavam vazias agora, o pergaminho apertado encontrava-se caído no chão. Suas bordas amassadas contavam uma história de grande idade e desgaste.
O Campeão do Escorpião não mais o via.
Ele não lembrava mais de suas palavras, insinuando escuridão e morte, ou de suas profecias amargas de coisas que estavam por vir. Elas não eram mais importantes. A pedra negra já estava colocada sobre a grande fronteira do Império e o mundo esperava que Shoju fizesse sua primeira jogada.
Seda deslizava pelo chão de madeira da câmara à medida que passos se aproximavam. Suave e cuidadosa, com os olhos escuros baixos, Kachiko curvou-se perante seu marido. “Meu senhor…”
Ele não disse nada, seus olhos estavam tomados pela escuridão que os rodeava.
“Eu trouxe Yojiro-san.” Ela continuou, imperturbável, e o jovem samurai atrás dela caiu de joelhos com a cabeça curvada em reverência ao seu Mestre.
“Shoju-sama”, o Magistrado Escorpião humildemente sussurrou, com medo de quebrar o silêncio, mesmo com seus votos, “Eu sou seu servo nisto, como sempre. Mas diga-me como morrer, e terei prazer em dar a minha vida em benefício do clã.”
“Não” Shoju falou, e as palavras ecoaram alto demais. “Não é sua morte que eu procuro.” Depois de uma longa pausa, Shoju virou o rosto para longe da tempestade que se formava para olhar para o Escorpião ajoelhado. “Eu desejo reivindicar sua vida.”
O pedido estranho mal tinha passado pelos lábios do daimyo antes de Yojiro concordar. “Você a tem.”
Shoju se levantou e lentamente tirou a espada do clã de seu obi. “Esta espada foi mantida em segredo por gerações, escondida dos olhos daqueles que querem nos fazer mal.” A mão direita de Shoju agarrou o cabo com reverência, enquanto sua mão esquerda lutava para não se agitar sob o peso da saya. “Eu a guardei perto de mim, para que sua força pudesse me ajudar. Não o farei nunca mais.”
Yojiro levantou a cabeça para ver seu daimyo oferecendo orgulhoso a espada, segurando-a com tanto cuidado como se estivesse embalando uma criança. “Tome isso, Yojiro. É seu dever, agora.”
Honradas e preocupadas, as mãos de Yojiro levantaram-se para pegar a arma. “Meu senhor, eu…”
“Não recuse isso, pois não é um presente, Yojiro. É um dever. E não falo de honra, pois isso não lhe pertence.” O daimyo virou-se, dando um passo em direção à janela, e o som de seus passos desapareceu no rebentar do trovão acima do palácio. “Diga-me apenas que ela nunca vai ser encontrada por nossos inimigos e eu sei que escolhi bem.”
Hai, meu sensei,” Yojiro gaguejou, segurando a antiga lâmina perto de si. “Será feito. Eu juro.”
“Vá, então. E não me deixe ver seu rosto novamente, neste mundo.”
Levantando-se, o Magistrado Escorpião curvou-se novamente, com os olhos cintilando com preocupação e confusão. Ele olhou de lado apenas uma vez para a Senhora da Casa. Kachiko olhou em silêncio para o marido, oferecendo nenhum sinal de aconselhamento ou consolo. “Hai, Shoju-sama”, o magistrado disse novamente, e se foi.

As sombras agrupavam-se em seus pés enquanto ela se movia em direção a ele, sua máscara com o laço agarrado ao seu rosto com a magia de uma cortesã. Ela ficou ao seu lado quando ele abaixou a cabeça, assistindo ao movimento dos relâmpagos em seus olhos escuros. Nenhuma palavra se interpunha entre eles, apenas uma mágoa antiga. Ela tinha dado sua vida a ele, mas nunca fora capaz de dar-lhe o seu coração.
Shoju levantou, seu corpo era flexível como um grande caçador felino enquanto descia do estrado. Seus passos o levaram para atrás de Kachiko, em direção à uma pequena mesa no outro extremo da sala. Lá, uma única espada descansava no suporte de madeira, uma espada que havia chamado a todos os senhores do Escorpião desde o tempo do antigo Iuchiban, o Feiticeiro de Sangue. O nome da espada era Iyoku.
Ambição.
Sua mão parou acima da lâmina manchada quando ele olhou para seus laços cuidadosamente arrumados. Uma agitação suave atrás dele denunciou os movimentos de sua esposa. “Você não pode fazer isso”, ela murmurou. “A espada é proibida.”
“Proibida…” Shoju olhou para o brilho do saya com desprezo, vendo sua sombra refletida no clarão do relâmpago. “Nada é proibido para mim. Eu sou o daimyo do Clã Escorpião. Eu sou a última esperança do Império.” Com isso, sua mão fechou sobre o punho da espada, e o reflexo desapareceu.
Shoju levantou Iyoku de seu estande, sentindo o tremor do despertar que percorreu o aço.

“Este curso de ação é muito imprudente, muito apressado, meu Senhor. Há outras maneiras. Nossos espiões aprendem os segredos de Otosan Uchi mesmo agora, descobrindo suas paredes escondidas e introduzindo-se em suas passagens. Deixe-os cumprir o seu dever, meu Senhor Shoju.” Sua voz era calma, mas seus olhos estavam abaixados para evitar que suas emoções fossem exibidas. “Volte atrás. Este curso de ação é a jornada de um tolo.”
“Não devíamos nos apressar, agora que a danação do Império se aproxima?” Mesmo um sussurro, sua voz era o estalar de um chicote ao som de uma chuva tranquila.
Uma pausa e Shoju pode sentir a lâmina chegar a sua mente, lendo seus pensamentos. Ele podia sentir outra coisa, também, um sentimento de emoção, de uma fome há muito esquecida.
“Meu Senhor, eu não aprovo…”
“Eu não preciso de sua aprovação,” Shoju respondeu asperamente. “Só de sua obediência.”
No silêncio que se seguiu, Kachiko baixou a cabeça. Apenas os relâmpagos e a chuva podiam ver a raiva em seus olhos.

Autoria: Ree Soesbee
Tradução: Fábio Firmino

8 de abril de 2016

Personagens como força politica

Texto escrito por Evandro Campos Silva, para o site REDERPG

O RPG permite vivermos personagens diferentes, em vários mundos e com níveis diferentes de poder. Mas um dos poderes que poucos podem ter imaginado ter é o poder político e nesse caso não estou falando de fazer um personagem ministro ou um duque. Em cada mundo seu personagem pode interagir de formas únicas e alterar muito da política existente ao seu redor, às vezes sem nem perceber.

Samurais

Pensei nesse artigo ao jogar Lenda dos Cinco Anéis, o qual sou muito fã. Um samurai por si só é uma das maiores forças políticas neste mundo. Ele representa sua classe social, seu clã e o imperador, e suas ações são observadas e muitas vezes tomadas como decisões de seu clã…
Um personagem tem que ter cuidado, pois uma pequena discussão numa casa de saquê, pode se tornar uma guerra se não controlada por uma pessoa sábia. E uma decisão mal tomada pode envolver a vida de vários camponeses, comerciantes, soldados e até outros samurais. Por conta da palavra de um samurai ser lei e a plena verdade (mesmo que não seja), isso pode causar grandes problemas: um simples e descuidado grito de “Maho!” (magia de sangue, proibida no reino) pode levar a uma caça às bruxas. Isso pode ser ainda mais forte quando o personagem é um shugenja, um sacerdote e mago ao mesmo tempo, e por isso tem a autoridade religiosa e em Rokugan a religião é muito importante. Monges também têm um papel parecido. Os cortesões cuidam das políticas dos clãs diretamente e guerras, ajudam e mesmo vantagens para seus clãs são conseguidos por meio deles. Mas um erro, pode significar que o clã do Caranguejo resolve atacar o Clã da Garça por um acordo comercial mal feito… ou uma tentativa de assassinato malfeita do Clã do Escorpião, pode gerar uma guerra contra o Clã do Unicórnio… As ações de um personagem nesse mundo são consideradas ferramentas políticas e isso é interessante para um Mestre de Jogo observar. O que os personagens podem fazer quanto ao seu daimyo corrupto? O que o Clã pode fazer se você cometeu um ato bom, mas contra a vontade dos seus líderes? Em Rokugan toda ação tem uma reação política, e muito disso é a realidade de um Japão Feudal, e de outros cenários baseados no mesmo período. Agora deixando L5A um pouco de lado vamos ver outros estilos de ambientação.

Personagens Medievais e Fantásticos

Dentro da realidade, se você não fosse ao menos consagrado cavaleiro, seu poder político era zero e mesmo assim os cargos mais altos tinham bem mais relevância no quesito político da época. Religiosos tinham um certo prestigio, mas dependendo da época ou lugar, seu prestígio político como pessoa era mínimo. Mas isso não quer dizer que ele não poderia influenciar políticos ou talvez até revoltas. Em 7th Sea, um grande poder político do mundo é a Igreja e muitas vezes utilizada como vilã, principalmente pela sua Inquisição. Outro exemplo é do clássico literário Os Três Mosqueteiros, em que o Cardeal fazia o papel de vilão.
Em mundos de fantasia a coisa muda um pouco de figura. Ainda o poder político de um personagem era quase nulo, mas quando começa a ganhar poder e glória, junto com os níveis e itens mágicos, ele começa a ser reconhecido. Um herói é respeitado pelo povo e, dependendo do seu feito (salvar várias vilas o reino ou até mesmo o mundo), ele pode ser reconhecido pelo próprio rei. Alguns personagens são príncipes fugitivos, duques, barões e até mesmo capitães da guarda. Estes títulos trazem direitos e deveres, além de fazer o personagem uma força política à solta no mundo… o príncipe pode ser filho de um rei deposto injustamente, sendo uma ameaça ao atual poder, um duque que nega seus deveres para sair se aventurando deixa seu povo sem liderança e a mercê de um usurpador ou bandidos por exemplo… um capitão da guarda deve manter a paz e uma decisão errada pode causar a morte de algum nobre, revolta popular ou coisa pior. Lembre-se: toda ação tem uma reação e quando você tem deveres maiores, a reação não atinge somente a você…
Mas nesse universo podemos ter um mago muito poderoso, que apenas por isso se torna uma força política. Se ele disser que vai destruir o castelo se o pedido não for atendido, ele talvez possa… se ele alertar que o terrível dragão vai acabar com o reino, o Rei rapidamente consegue heróis para evitar a tragédia! Sim, ser poderoso e influente tem suas vantagens, mas também seus problemas. Se o reino se encher dos desmandos de um mago poderoso, pode usar um exército e outros magos poderosos para dar fim ao prepotente. Um mago que dá bons conselhos (ou maus) pode se tornar vítima de alguém que quer o cargo de conselheiro ou apenas tirar o mago da jogada para um plano maior.
Grupos de aventureiros podem ter influência indireta. Talvez derrotando um inimigo, ele se revele um barão caído há muito tempo e seu reino é liberto, aterrado por uma praga ou pela volta de um barão morto vivo por exemplo… nunca se sabe! Derrotar um exército ou um general orc pode ser o estopim de uma guerra entre orcs e humanos neste reino, já que os Heróis seguem para sua próxima aventura tranquilos. Ou talvez aquela masmorra com um item maravilhoso que os heróis pegam poderia ter um importante significado para os elfos da floresta, que exigem o retorno do objeto ou a destruição do seu reino… Aquela espada mágica que pegou de um morto-vivo poderoso pode ser o símbolo do sucessor do ducado e agora o jogador, além de tudo, tem que fazer o velho ducado arruinado voltar a sua antiga glória…
Claro, temos casos em que os jogadores podem fazer essas ações sabendo que elas vão ocorrer, então, Mestre de Jogo, pense sempre nas consequências.
Não conhecer o cenário político atual e a cultura pode ser muito interessante, pois os jogadores não percebem muito isso. Um grupo pode convencer os jogadores que o reino é oprimido por um mal rei e faz com que eles acabem com ele, numa emboscada ou invadindo o castelo. Claro que eles são conduzidos para fora do reino urgentemente, mas talvez algum tempo depois voltem e descubram que ali eles são os piores vilões da história, tirando um bom rei e colocando incompetentes ou ditadores no lugar…

Futuro

Em vários cenários políticos futuristas, ele é uma bagunça. Em alguns, megacorporações surgiram com o poder político, ou talvez uma ditadura genética, ditadores alienígenas, mutantes, anarquistas… E algumas vezes tudo isso de uma só vez! Numa ambientação desse tipo, depende de qual seja o cenário de poder atual para seu personagem ter algum poder político. Muitas vezes apenas o mais forte e poderoso (mais rico ou mais forte mesmo) comanda. Às vezes a cadeia de comando é algo que não dá lugar a novas cabeças que sempre estão tentando a vaga. Assassinatos políticos ou empresarias (já que são quase a mesma coisa nestes mundos) ocorrem com frequência, e seus personagens podem ser contratados para isso, espionagem industrial, sabotagem ou a eliminação de um projeto. Mesmo que haja um governo, em muitos cenários futurísticos as empresas ainda comandam, vendendo armas para este governo (ou outros projetos, algumas vezes até linhas inteiras de produtos) e demonstrações deles podem ser alvos.
Em mundos apocalíticos ou planetas nesse estilo (vide Borderlands e outros do tipo) temos muitas vezes um cenário político reduzido, ou seja, normalmente impera a lei do mais forte ou mais apto. Temos tribos com um líder, mas não uma grande nação. Muitas vezes uma grande empresa pode ser vista como o poder político vigente e talvez a visão de um salvador com poderes divinos (na visão de seu povo). Aqui conseguir o poder é mais simples (mas talvez não mais fácil). Derrotar o Líder, se provar mais forte ou apto que ele. Claro que normalmente isso envolve sua gangue e capangas também. Ou provar ser mais divino que o religioso ou provar que ele está errado e você certo.
Em cenários políticos futuristas tenha certeza de uma coisa: você pode não estar manipulando alguém, mas com certeza pode estar sendo totalmente manipulado.

Criaturas Sobrenaturais e Superpoderosos

Em mundo místicos e sobrenaturais a política pode estar presente mais até do que se imagina. Em um cenário como o Mundo das Trevas, a política é muito importante, principalmente entre as facções de criaturas. Cada qual tem suas políticas e suas maneiras, e cada uma vai ter uma visão de como os seus serão usados. Vampiros podem tratar todos como peões, lobisomens podem ter uma meritocracia e o Mago mais velho e poderoso comanda os outros. Normalmente aqui eles não influenciam muito o mundo normal, mas em alguns jogos isso pode acontecer. Num cenário com magos no mundo real, talvez ocorra uma lavagem cerebral, dominação mental, possessão e outros métodos de controle para se obter favores. O que aconteceria se a humanidade os descobrissem? Seriam párias? Conseguiriam seu lugar no mundo?
Falando em seres superpoderosos, porque um desses super-heróis não vai até o Afeganistão e destrói os grupos terroristas? Influência política. Se derrubar um, a retaliação pode ser mais terrível que mantê-los e temos políticos importantes por trás deles. Claro que um super poderia derrubar facilmente um país de um ditador, mas o que impediria de vir outro a tomar seu lugar. Ou se esse ser superpoderoso tomar um país, talvez seja fácil para ele… A reação de outros países pode ser bem radical e de que lado outros seres poderosos iriam ficar? Um cenário político nessa situação é bem frágil, pois estamos falando de conquistar, algo que se faria com um exército pode ser feito com poucas pessoas ou mesmo apenas uma. E como o povo iria se comportar? Um deus pode governar homens?

Uma Teia de Intrigas

Uma das maiores verdades para seu personagem, não importa qual cenário, é: se ele se envolver no mundo político, estará preso em uma teia de intrigas, mentiras e favores. Se precisar de algo, mesmo que seja para fazer o bem, nada é feito sem um favor sendo cobrado depois. “Vou pedir um favor ao Senador Wilson para conseguirmos entrar no Complexo e depois nunca mais quero saber dele”… sabe de nada inocente. Vai ser cobrado por isso de um jeito ou de outro. O contrário também acontece, no caso de ajudar uma vila a se livrar de um grande mal, você ganha alguns favores dos aldeões não funciona da mesma forma? Só pensando no tempo oposto, os aldeões da vila o ajudam, te curam e cuidam de você e depois lhe contam sobre o grande mal que assola. Você se sente endividado e vai lá enfrentar o grande mal. Claro isso é política e eles sabiam que o personagem iria, talvez por seguir certo deus conhecido ou grupo. Política normalmente é troca, mas em alguns casos pode ser usada para fazer o personagem cometer um crime e talvez até pagar por ele. A mentira faz parte do cenário mais do que gostaríamos.
Mas se pensarmos em quem tem o poder político, somente os líderes estão lá, certo?
Não. Detentores da Lei podem ser separados do governo político, mas influenciam muito decisões políticas. Religiosos importantes podem te excomungar como um inimigo da fé e mesmo a mídia pode influenciar a população (vide o Brasil atual). Essas forças podem ser usadas para conseguir algumas coisas para o personagem, não importa a época ou mundo! Um bardo cantando suas aventuras pode deixá-lo mais famoso e atrair a atenção de pessoas importantes, assim como sua ação de resgate televisionada pode te transformar num herói ou vilão dependendo do que for dito. Um homem da lei o reconhecer como um pirata espacial no momento em que acabou de salvar um político importante pode acabar com suas chances de conseguir um favor… Ou aquele clérigo da religião o excomunga da cidade, pois o Poderoso Vidente disse que seu grupo segue um deus do mal (mesmo que o vidente seja um avatar desse deus).
Mas uma lei é universal no mundo político: qualquer ação tem uma reação e seu personagem deve estar preparado para qualquer coisa…