25 de outubro de 2022

Espelhos - Orla Sangrenta

     O Cyberpunk destruiu a ficção científica.
     A ficção científica era sobre o potencial do homem. A ficção científica era sobre como o homem poderia alcançar e tocar as estrelas. Nós poderíamos ser melhores. Nós poderíamos ser piores. Tudo o que precisávamos era da tecnologia.
     Cyberpunk? Cyberpunk não era isso. Cyberpunk disse que o homem seria o mesmo desgraçado que ele sempre foi, ele teria os mesmos problemas que sempre teve, e o pior de tudo? Ele ainda estaria feliz com isso. Naquela época, o cyberpunk era arcologia e inteligência artificial. Sombras embutidas e fio de navalha monomolecular.
     Parece um pouco bobo agora, certo? A tecnologia não era assim. Mas o mundo fez. A tecnologia é penetrante, invasiva e surpreendente, e tudo o que fez nos tornou mais do que éramos antes.
     Soa como o Mundo das Trevas? Deveria.
     E assim como o Mundo das Trevas, cyberpunk é sobre aquelas pessoas que não conseguem enganá-lo. Quem luta contra as engrenagens do sistema: estranhos, viciados, sobreviventes e assassinos.

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